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08/12/2021 NOVIDADES

Treino de força reduz gordura corporal!

Nova pesquisa mostra relação entre treino, massa gorda e perda de peso.

“O treinamento de resistência reduz a porcentagem de gordura corporal, massa de gordura corporal e gordura visceral em adultos saudáveis.” Esta é a principal conclusão do estudo realizado na Austrália, pela University of New South Wales, e publicado no segundo semestre de 2021. Um grupo de pesquisadores provou queo treinamento de força reduz a gordura corporal mesmo se o peso permanecer constante. A pesquisa reuniu estudos que incluíram 3 mil pessoas: nenhuma delas tinha qualquer experiência anterior em treinamento de peso.

Em média, os participantes perderam 1,4% de sua gordura corporal total, em cerca de cinco meses. A equipe da Revista ACAD Brasil convidou dois especialistas técnicos do fitness nacional para comentar a pesquisa. Com a palavra, os especialistas!

“Podemos perceber claramente que já existe um consenso, tanto por parte dos profissionais quanto dos clientes, da importância da melhoria da força muscular no processo de emagrecimento. O treinamento de força é uma excelente opção, não apenas no processo de emagrecimento, mas também no ganho de massa muscular, na prevenção de diversas patologias, no tratamento de doenças, na correção de desvios posturais e, claro, na redução da gordura corporal.” Segundo Netto, existem cada vez mais evidências para sustentar essa atividade como uma forma eficiente de produzir alterações positivas no percentual de gordura. “O mais importante é que as pessoas entendam que o processo de emagrecimento não se restringe apenas ao tipo de atividade ou a restrição de um determinado alimento, e sim de um processo que envolve mudanças de hábitos.”

As academias já oferecem inúmeras opções de aulas e modalidades que buscam a melhoria da força. “Mas é importante salientar que as pesquisas que apontam esses benefícios foram realizadas com treinamento contra resistência. As aulas coletivas

podem ajudar bastante, mas existem restrições importantes no que diz respeito à  manipulação das cargas de treinos.”

De acordo com Netto, as pesquisas fornecem ainda mais embasamento para a prescrição desse tipo de treino e, cada vez mais, a orientação vai passar por estímulos que incluam o treinamento de força, o que não implica em abandonar os treinos aeróbios, pois esses estímulos também possuem importantes benefícios.

“O treino ideal onde o objetivo é emagrecimento, deve ser a combinação de estímulos cardiovasculares e treinamento de força. Evidências cientificas confirmam que a combinação desses estímulos é necessária para aumentar os efeitos positivos do treinamento e manter a massa magra, melhorando a resposta aos estímulos anabólicos e preservando a qualidade muscular. O importante é que se busque treinar e controlar as variáveis do seu treino, respeitando os intervalos e principalmente a intensidade indicada pelo seu professor. Ele sim o tem conhecimento para variar os estímulos ao ponto de induzir adaptações progressivas e contínuas.”

A crença de que os exercícios cardiovasculares são os únicos capazes de reduzir gordura corporal já caiu por terra há anos. Nas últimas duas décadas, uma série de pesquisas mostrou que treinos musculares mais curtos e mais intensos, envolvendo cargas elevadas, velocidade ou potência, podem também trazer bons resultados em termos de redução de gordura.

“A questão é que as pessoas sedentárias não conseguem fazer treinos muito intensos. Então, na academia oferecemos atividades mais leves, como ginástica localizada, BODY Pump, Gap (glúteos, abdômem e pernas), por exemplo, começando com poucas cargas e aumentando gradativamente. Na musculação e no treinamento funcional o princípio é o mesmo: começar com cargas menores e aumentar a intensidade de forma gradativa.”

Segundo Monica, as pesquisas mais antigas pretendiam quantificar o gasto de energia apenas durante a atividade. Estudos mais atuais mostraram que o gasto calórico pode permanecer mais elevado por até 72 horas após o treino, quando a intensidade é maior. “É preciso avaliar todo o processo, o que ocorre durante e até depois do treino também. No treino acontece o catabolismo, que é a destruição de proteínas e outras substâncias dentro do músculo. Mas é durante o descanso que o organismo recupera a energia, regenera a musculatura, repõe o glicogênio e aumenta a síntese proteica. Tudo isso consome calorias cuja fonte em repouso pode ser o tecido adiposo.”

Monica afirma que um outro conceito merece revisão: a crença de que nos treinos aeróbicos não se ganha massa muscular. “Quando o exercício aeróbico é muito longo, como nas maratonas, a demanda por energia é muito elevada e o corpo pode buscar energia na massa muscular, catabolizando proteínas em excesso. Mas isso não ocorre significativamente em treinos curtos (20 a 40 minutos) de intensidade moderada, como uma aula de step, dança spinning. Mesmo nestas atividades, há ganho de massa muscular, porém menor, porque as cargas que são utilizadas para estimular os músculos são também menores.

Hoje sabemos que o treinamento resistido, com pesos e cargas progressivas, também traz melhoras para a aptidão cardiorrespiratória, isso não é uma prerrogativa exclusiva dos treinos aeróbicos.”

A boa notícia das pesquisas é o aprofundamento sobre processos metabólicos e hormonais que envolvem a atividade física.

“Eles nos mostram que o exercício regular traz inúmeros benefícios para a saúde, diminui gordura e aumenta massa muscular, mas também produz uma série de hormônios que trazem bem-estar, saúde mental e melhoram a eficiência do metabolismo em geral”, conclui Monica Marques.

Depois de todas estas dicas, vai ficar muito mais fácil para gestores de

academias oferecerem treinos variados e complementares aos seus clientes.

Fonte: Recista Acad, edição 96

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